Pra quem tem vontade de conhecer o México além de Cancun, nós dividimos nesse post todos nossos aprendizados e dicas durante o mês que passamos lá.
Chegamos de barco por Belize e, da fronteira, distribuímos o nosso roteiro por 6 cidades: Tulum, Cancun, Mérida, San Cristobal de Las Casas, Chacahua e Distrito Federal.
**Tulum:
Nosso tempo no destino: 4 noites
Hospedagem: Mama’s House
Achamos esse hostel por um acaso (depois que tomamos balão do lugar onde tínhamos feito reserva) e demos uma puta sorte! Valeria só pelo equipe: o gerente é um britânico engraçadissimo e que não fala uma palavra em espanhol e, ainda assim é o melhor amigo da equipe de limpeza, que também é adorável. Mas além disso, fica bem localizado, a atmosfera é ótima e os quartos bons. Como os preços na região costumam ser bem mais salgados, precisamos ficar em quarto compartido, mas ok. Valeu o dinheiro pago, com toda a certeza.
Comida: Foi muito fácil (e gostoso) achar comida, e Tulum agrada qualquer tipo de paladar. Recomendamos fortemente um restaurante baratíssimo e delicioso que ficava pêro do nosso hostel, o El Aguacate. A comida é tradicionalmente mexicana, mas usam muito espinafre e cogumelo nos pratos, que fazem uma mistura ótima. Tem também sanduíches e sucos naturais que são perfeitos pros dias quentes.
Transporte: Quem não fica hospedado nos resorts próximos da praia (como foi o nosso caso), certamente vai precisar arrumar um jeito de se locomover em Tulum, porque as coisas são um pouco distantes. É muito comum alugar uma bicicleta (USD5/ dia), ou uma scooter, mas também usamos ônibus circular alguns dias para ir à praia, e fomos de taxi uma vez – que não achamos nada barato. Enfim, opções não faltam.

Era assim que a gente se refrescava na praia. O mar não era excelente pra banho, mas a cerveza pelo menos era gelada.
O que fazer: 1) A cidade ficou famosa porque é lá onde estão as ruínas da antiga cidade Maia de Tulum, estrategicamente virada de frente pro mar do Caribe. Impressiona pensar como foi a vida desse povo que viveu cercado por um visual foda, mas ao mesmo tempo dá uma brochada visitar hoje em dia, porque é multi-mega turístico. De qualquer forma, acho que cada um deve tirar suas próprias conclusões. 2) Uma das coisas que mais gostamos foi visitar o Gran Cenote. Alugamos uma bicicletinha e pedalamos uns 4 km até lá, pra nos refrescar na agua deliciosa e ter uma vista linda debaixo d`agua; 3) Tulum tem um cenário de praias incrível, especialmente para ver o por-do-sol. Apesar de caro, achamos uma delicia tomar uma cerveja gelada na praia enquanto derretíamos de calor. Só não espere o mar dos mais incríveis, porque a água tem muita alga, o que torna o banho bem ruim.
**Cancun:
Nosso tempo no destino: 3 noites
Hospedagem: Las Flores Cancun
Esse foi um dos hostels tragédia da viagem, por isso nossa dica é que você nunca pense em ficar nele! É sujo e tinham baratinhas no banheiro, o ar condicionado nunca deve ter sido limpo e o dono aparecia breaco de vez em quando. Só ficamos porque era uma opção barata e perto da estação de ônibus, mas foi foda.
Comida: Como tem muito americano que faz turismo em Cancun, vimos muita rede tipo Mc Donalds, Chicken Church, pizzarias e BBQs. Na região em que nos hospedamos não era barato pra comer saudável, mas um restaurante que salvou algumas vezes foi o 100% Natural.
Transporte: Como Cancun é uma cidade relativamente nova e grande, tem muito ônibus e mini-van que faz o transporte para as praias principais: são baratos e tem muita opção. Quem preferir mais conforto pode também usar taxi ou alugar um carro, que é super fácil e comum por lá.
O que fazer: Apesar de Cancun ser um destino muito popular, a gente sabe falar pouco porque passamos quase dois dias doentes. Só realmente aproveitamos o último, quando fomos conhecer Isla Mujeres, que está a uns 40 minutos de ferry. A cor do mar é das mais bonitas que já vimos, tem ótimas opções de restaurantes, mas é ridiculamente caro para mochileiros. A nossa sorte foi que encontramos ali um lugarzinho onde pudemos fazer snorkelling e usar as espreguiçadeiras por USD6 (infelizmente não anotamos o nome). Ainda assim, é lindo.

Vista do Parque Garrafon, em Isla Mujeres, onde acabamos não entrando porque custava cerca de USD59! Mas encontramos alternativas :)
**Mérida
Nosso tempo no destino: 4 noites
Hospedagem: Nomadas Hostel
Depois da experiência horrível de Cancun, fomos recompensados com um dos melhores hostels da viagem. O céu para mochileiros!! Eles têm uma piscina gigantesca na área útil, com várias redes sobre a água e espreguiçadeiras, em meio a árvores e mesinhas pra relaxar. Os quartos também são confortáveis e limpos, tem cozinha e ainda é bem localizado. Tão bom e barato que quase parece mentira…rs.
Comida: Como tínhamos cozinha no hostel, fizemos muita coisa por lá e foi bem fácil encontrar verdura e fruta fresca. A gente curtia muito fazer umas saladas e legumes cozidos porque Mérida faz um calor insano, e quando saíamos pra comer gostamos muito do Expresso de Arte, um restaurante pertinho de onde ficamos hospedados.
Transporte: Com exceção do nosso passeio a Chichen Itza, fazíamos tudo a pé e só usamos taxi quando precisamos ir à rodoviária, que também é um serviço bem barato e que achamos seguro.
O que fazer: 1) A cidade de Mérida acabou sendo um ponto que a gente usou pra descansar. É um lugar pacato, onde encontramos muita arquitetura colonial, boa comida e também muito artesanato, especialmente de palha e roupa de linho; 2) De qualquer forma, nossa parada em ali tinha como principal objetivo a visita ao sitio arqueológico de Chichen Itza, que está a duas horas ônibus, mais ou menos. Chichen Itza é a principal cidade maia e hoje considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo! 3) Apesar de não termos ido porque estávamos preguiçosos, tem muito mais coisa pra fazer nos arredores da cidade, como Cenotes, praias com flamingos e visita a vilarejos típicos. Dizem também que foi nessa região que caiu o meteoro que extinguiu todos os dinossauros da face da terra!
**San Cristobal de Las Casas
Hospedagem: Posada Del Abuelito
Essa é uma hospedaria super gracinha e próxima das ruas históricas onde rola o burburinho de San Cristobal. É um lugar calmo e quieto, com um staff super bacana. Tudo é muito simples, mas também confortável, limpo e bonitinho – e barato! Gostei muito.
Comida: Apesar de pequena, San Cristobal é uma cidade super internacional. Tem um clima mais friozinho por estar nas montanhas e a culinária é bem variada: encontra-se, claro, comida mexicana, mas também muito café e boas padarias, comida orgânica e massas. A gente gostava muito de comer num vegetariano bom e barato chamado Naturalíssimo. O café da região também é muito tradicional em todo México, mas eu sinceramente não achei dos meus preferidos.

Nessa região já é comum encontrar os famosos chapolines. Eu sinceramente não curti. Muito tempero pra disfarçar gosto forte.
Transporte: San Cristobal é desses lugares prazerosos pra andar e dá pra fazer tudo a pé. Nossa dica é não ficar preso só ao certinho turístico, e sair pra conhecer as zonas mais periféricas, onde a população local realmente vive.
O que fazer: 1) Essa cidade foi super importante pro povo mexicano, porque foi onde aconteceu umas das principais revoltas zapatistas (como já comentamos aqui). Então estando ali, é possível conhecer os caracóis que estão nos arredores de San Cristobal; 2) Por causa do clima friozinho e da arquitetura, é legal guardar pelo menos um dia pra curtir a cidade colonial, conhecer as igrejas, que são bastante características no México, e sair pra fazer muita foto da vida local. 3) Por conta de ser uma região montanhosa, também tem muito passeio pra fazer nos arredores, que vão desde visita a plantações de café, até o passeio pelo Canyon Sumydouro, que foi o que fizemos. Achamos o lugar bonito, mas nada de sensacional. O passeio de barco dura cerca de 1h e ficamos tristes porque vimos bastante lixo na água.
**Chacahua
Como esse lugar ainda é pouco turístico, achamos legal introduzir: trata-se de um parque nacional onde existe a junção de um rio com o mar, fica próximo à cidade de Puerto Escondido.
Hospedagem/ Comida: Sete Mares
Essa foi uma das cabaninhas mais ajeitadas que encontramos de toda a praia, que definitivamente ainda não tem estrutura pra turistas. Pagamos coisa de USD12 por um quartinho com ventilador e chuveiro de água fria. Bem simples, mas muito ok pra proposta do lugar. Tivemos também amigos que dormiram em rede, com o pé na areia, e não pagaram nada por isso – só precisaram se comprometer a fazer as refeições com o dono do lugar. Quem preferia também podia acampar, ou ficar na casa dos moradores que alugam quarto no vilarejo e também serviam as refeições.
Como chegamos: Chegar é parte da aventura. Desembarcamos de ônibus em Puerto Escondido (a maior cidade da região) e ali pegamos uma van até Zapotalito. Descemos meio que na beira da estrada e tomamos um taxi, também coletivo, até a margem do rio de onde saem os barcos pra Chacahua. De barco foram mais uns 15 minutos até uma estrada de terra, onde subimos na caçamba de uma caminhonete por mais uns 30 min. Ao todo o percurso deve levar umas 2 horas e não custa mais do que USD10 por pessoa.
O que fazer: 1) Chacahua está numa região muito bonita na costa de Oaxaca, e só o visual de praia já vale a pena. Foi o único lugar ainda quase nativo que encontramos no país, com bem pouca influencia de turistas. 2) Quem curte surf também pode encontrar boas ondas na praia e eles inclusive alugavam pranchas. Já pra banho de mar, achei um pouco bravo e gelado, mas dá pra se refrescar; 3) Pra nós a coisa mais legal foi poder nadar com planctons que estão no rio próximo da praia. Por volta das 21h, pegamos um barquinho com mais um grupo de turistas (os únicos que encontramos) e fomos mergulhar no meio da escuridão, incrível!! Como diz o Ti, parece que a gente nadou nas estrelas. 4) Ali também eles mantém uma fazenda de desova de tartarugas e, do outro lado do rio, uma de crocodilos! 5) Por fim, nas duas noites que passamos lá, sempre encontramos uma fogueira e com música pra terminar o dia.
** Cidade do México
Nosso tempo no destino: 10 dias
Hospedagem: 1) Hostel Centro Historio Regina: O quarto privado era bem confortável e econômico, as instalações são limpas e eles têm cozinha! Os únicos contra foram o barulho, que pode incomodar um pouco depois das 20h, e o café da manhã, um pouco pobrinho. 2) Suites DF Mexico: Em termos de localização, esse foi o mais longe do centro histórico que ficamos, mas nada absurdo. Aqui o quarto privado também era bem confortável, o café da manhã incrível e a área útil foi mais bacana pra conhecer gente, além de não termos o problema do barulho. 3) México City Hostel: Era o que tinha as instalações mais simples, mas foi o melhor localizado – em frente à catedral. Não foi nosso preferido, mas é super ok para passar alguns dias: limpo e de fácil acesso.
Comida: Achamos a comida no México deliciosa e, em DF, comemos muita coisa com um queijo desfiado delicioso chamado queijo de panela e churros! Conversando com o Ti a gente não lembrou de nenhum restaurante memorável, mas comida sempre foi muito fácil e boa de encontrar. É um lugar em que você definitivamente tem opção!
Transporte: A cidade tem uma rede de metrô bem decente, e que nos levou a quase todo lugar. Só mesmo quando tivemos que ir ao consulado chinês precisamos complementar a viagem com um taxi – que achamos seguro e não nos custou tão caro – e outra vez precisamos tomar um ônibus. Esses já são um pouquinho antigos e com a aparência pior, mas tranquilos também.
O que fazer: Poderíamos fazer uma coisa diferente por dia, por isso vamos colocar as mais bacanas pra não ficar muito longo: 1) O bairro de Coyoacán foi um lugar super bacana por onde passamos, principalmente no final de semana. Ali está o Museu da Frida Kahlo (que vale MUITO a pena), e tem uma pracinha com coreto, vários restaurares e feirinhas de artesanato ao redor; 2) No centro está a Catedral Metropolitana da Cidade do México, que é linda e dá pra ver bem como a cidade está afundando, porque a igreja está toda em desnível. 3) logo atrás fica o Templo Mayor, uma parte da antiga civilização anterior a Asteca e Maya, e que foi enterrado pelos espanhóis e redescoberto só no século passado! Além das ruínas, o museu no final do trajeto também é muito bem estruturado e explica melhor o contexto da época. 4) A Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do país, é super legal se pra quem tem alguma ligação com a religião, e também pra conhecer melhor a história de fé das pessoas; 5) O Palácio de Bellas Artes tem uma arquitetura incrível e vale a pena buscar pela programação do mês, porque tem sempre algum evento legal rolando. 6) Por fim, Tenochtitlán, antiga capital do Império Asteca está a menos de 1h30 da capital e tem quase 700 anos!
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