Já contamos que a Guatemala não é dos países mais confortáveis pra viajar, mas ainda assim vale a pena pelas outras compensações. Além de ser super barata, gostamos muito do que vimos em termos de natureza e de pessoas, por isso decidimos compartilhar algumas experiências depois da nossa passagem:
•• Antigua
Como o próprio nome sugere, é a antiga capital da Guatemala e fica a uns 50 km da atual. Foi o nosso primeiro destino no país (chegamos via aeroporto internacional) e preferimos pegar um transfer que fechamos direto com o nosso hostel – USD30 -, pois diziam que transporte publico na capital não era muito seguro. Eu e o Ti adoramos. É uma cidade colonial e com atmosfera bem sossegada, cheia de restaurantes e lojas bacaninhas, fácil de caminhar e não sentimos insegurança em momento nenhum.
Hospedagem: Yellow House
Este hostel não está disponível em nenhum site e só é possível fazer a reserva por e-mail. Mas compensa! Ficamos em um quarto privado por USD25/ dia, com um café da manhã que parecia de hotel: bastante fruta, pãozinho, ovos mexidos, suco… bem bom! Além disso, o lugar é limpo, tem uma decoração toda bonitinha com artesanatos locais, cozinha e área comum toda chill out. Foi um dos que eu mais gostei até agora.
Comida: Em Antígua nós cozinhamos muito e não lembro de nenhum restaurante que marcou. Mas percebemos que a base da comida ali é o feijão – que servem até no café da manhã – e que também já existe muita influencia da cultura mexicana. Apesar da gastronomia ser pesada, o bom é que tem opções de restaurantes pra tudo quanto é gosto e bolso, principalmente porque hoje há muito gringo vivendo na cidade, o que ajudou a cozinha se internacionalizar.
Transporte: Dá pra conhecer Antigua toda a pé, mas por ali já se veem muitos chicken buses que fazem o transporte local e intercidades. Taxis são poucos e o transporte privado é feito principalmente pelos tuck tucks, que são super baratos.
Experiências: 1) Rota Colonial: esse é um percurso pra conhecer as igrejas e museus, mas, apesar de parecer chato, não é!. Como Antigua tem muita história ligada à colonização hispânica, essa é uma boa forma de começar a entender a dinâmica da cidade. 2) Vulcão Pacaya: é um vulcão ativo que está há umas duas horas e chegamos com tour, que nos custou USD9. Como fica em um parque nacional, tivemos que caminhar 1h30 pra chegar até a base, um vale de pedra vulcânica de antigas erupções. Embaixo desse vale ainda tem tem lava corrente e deu até pra assar uns marshmallows com o calor*!
* Por conta da atividade sísmica que é constante, têm até usinas termais que funcionam com o calor gerado pela ação vulcânica.
••Lago Atitlan
Um dos lagos mais profundos da America Central (chega a uns 340 m) e está cercado por várias cidadezinhas, cada uma com uma proposta diferente. Pesquisamos no Lonely Planet e decidimos nos hospedar em San Pedro, que dizem ser o destino mais preferido por mochileiros.
Hospedagem: Casa Atitlan
Passamos só uma noite ali e o hostel era bem ruinzinho. O quarto não tinha janela (o que eu odeio) e o lugar meio breguinha, sem atmosfera nenhuma. A única coisa que valeu foi o café da manhã e o preço, coisa de USD22 pelo quarto privado. De qualquer forma, ouvi falar muito bem de um chamado Mikaso Hotel. Não é tão barato, mas fica na beira do lago e tem uma infra melhor pra aproveitar o lugar.
Transporte: Pegamos um chicken bus de Antigua que durou coisa de 3h e nos custou menos de USD4. Foi nossa primeira experiência legítima num desses. Dali desembarcamos em em Panachel e andamos mais uns 40 minutos de barco até chegar na cidade de San Pedro, que é bem pequenininha e se faz tudo a pé. Ah! E San Pedro é uma das opções pra quem quer cruzar a fronteira da Guatemala com o México. Estávamos com um amigo que depois seguiu viagem dessa forma e me lembro que não custava caro.
Comida: Comer aqui é bem barato (coisa de USD3,5 por refeição) e tem bastante opção principalmente de comida mexicana e árabe – o lugar é invadido por israelitas, porque Israel tem investimentos no país, inclusive na área de energia.
Experiências: O lago é a grande atração e por isso eu e o Ti optamos passar só uma noite. Mas como o lugar parece uma vilazinha hippie, tem muito gringo que vai ficando e termina levando mais de mês. Durante o dia dá pra tomar sol nas pedras e enrolar numa casa de suco ou café, e a noite tem umas baladinhas de reggae bem animadas. Quem fica mais tempo também costuma visitar outras cidades e mercados dos arredores, onde a cultura local está mais preservada. Aliás, entre eles não se fala o espanhol, mas sim uma vertente do idioma maia.
••Semuc Champey
Esse lugar abriga uma obra da natureza super bonita: uma ponte natural de pedras que passa por cima do rio. Nessa “ponte” se formam pequenas bacias de água quem vem das montanhas com uma coloração incrível e, o melhor de tudo, é que dá pra nadar.
Hospedagem: Hostal El Portal
É o hostel mais próximo do parque de Semuc – coisa de 5 minutos caminhando – então fica cercado de natureza. Os xalezinhos estão espalhados em um gramadão e bem no centro tem o bar e a área comum, que é animada. É bonito, mas o lugar é bem desorganizado e o staff meio atrapalhado (talvez por trabalharem mais de 15h por dia…). Chegamos tarde, tivemos que mudar de quarto três vezes, encontramos uma menina chorando porque não tinha cama e o Ti acabou dormindo num colchão no chão pra dar lugar pra ela na cama. No fim não foi uma experiência ruim, mas tudo depende da vibe…
Comida: Como o hostel fica num ponto bem isolado, fizemos todas as refeições no ali mesmo. Os pratos eram bem servidos e o preço justo, mas nada de excepcional.
Transporte: Chegar foi dureza. Pegamos uma mini van em Antigua e andamos o dia inteiro, coisa de 10 horas. Tem que preparar o espírito porque as vans são apertadas, geralmente não têm ar condicionado e faz um calor da moléstia no caminho! A estrada também não ajuda: cheia curva, caminhão, mas nada que não faça parte da rotina de um mochileiro.
Experiências: O parque de Semuc é A atração. Caminhamos com um grupo até a ponte natural e dali fomos nadando de uma lagoa até a outra. Agua gelada, limpa e transparente! Depois voltamos pro hostel almoçar e a tarde tínhamos um tour em uma caverna (esse só foi o Ti, porque eu sou super claustrofobica e nao me meto). Ali tem que entrar com lanterna por causa da escuridão e se caminha pela agua!! O rolê terminou com um boiacross descendo o rio.
•• Flores + Tikal
Saímos de Semuc em direção à cidade de Flores (quase na fronteira com Belize), com o objetivo de conhecer o sítio arqueológico de Tikal, que é a maior atracão da região e uma das maiores da Guatemala.
Hospedagem:
Hotel La Union (1): Passamos aí a primeira noite por falta de opção, mas depois descobrimos que não era dos piores, já que a cidade é bem fraquinha no quesito hospedagem. Tem chuveiro quente (que é raridade na Guatemala) e uma cama limpa pra dormir. Não espere mais.
Hostel los Amigos (2): Como eu sou “a chata” dos hostels, fiz o Ti botar tudo na mochila e mudamos pra esse aí depois que ouvimos algumas indicações. Balela… O hostel tem uma proposta bacana, mas o problema é que fica abarrotado de gente!! Tínhamos que disputar um lugar na área útil, internet, limpeza, água quente, comida. Pra ajudar na experiência, dividimos o quarto com um casal cú que ali ficava 24h por dia e não abria a boca nem pra dar bom dia. Dá pra ficar, mas tem que estar na pegada….
Comida: Como em Flores quase nenhuma hospedaria tem cozinha, adotamos o restaurante San Telmo. É de uma argentina que vive há tempos na cidade e mesclou gastronomia argentina, guatemalteca, orgânica e internacional, numa mistura que deu bastante certo! Além da comida gostosinha, o ambiente é gostoso, na beira do rio, então sempre que queríamos escapar do hostel íamos pra lá. Tem internet, café, smoothies, cerveja e fica aberto o dia inteiro.
Transporte: Pra chegar em Flores foi quase o mesmo parto de Semuc, com exceção da estrada que melhora depois de umas 4h. Também fechamos uma van que levou coisa de 10h, e na cidade não precisa transporte. Se faz tudo a pé
Tikal:
Esse lugar fez a nossa ida pra Flores valer a pena. É o maior sitio arqueológico da civilização maia, encrostado no meio de uma floresta cheia de vida animal!
Saímos do hostel às 4h da manhã e chegamos no lugar ainda cedinho, a neblina nem tinha sumido por completo. Caminhamos até a pirâmide mais alta, de onde dá pra ver o parque todo do alto, e ficamos esperando até o dia limpar. Enquanto isso a gente sentia o vento fresco do lugar e escutava a passarinhada, macacos e todo o tipo de bicho acordando, bonito demais!
Pra chegar pegamos a primeira van do dia que saia de Flores, a USD40 os dois, incluindo a entrada no parque. Optamos por não pagar um guia e foi tranquilo, porque o Ti já tinha devorado os guias de história sobre o lugar. Uma boa dica é fotografar o mapa na entrada do parque, que te ajuda a localizar de acordo com a sinalização confusa que eles têm. Só não deixe de ir!!
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