As primeiras impressões sobre o ponto de partida da nossa viagem
1. As pessoas são elegantes em Milão. E muito.
Essa é uma das percepções mais notáveis que tive no primeiro destino da viagem. Diferente dos desfiles de moda, em que, apesar de bonitas as roupas são apenas tendências, ou dos carros-conceito que vemos no Salão do Automóvel e que só chegarão no desenho dos Jetsons, aqui a coisa muda de figura.
O milanês usa tendência. Sem aquele machismo / provincianismo que estamos acostumados no Brasil. Ninguém tem vergonha de ser elegante. Claro que tem gente cafona – em todo lugar tem, mas em geral, todo mundo se preocupam com o visual.
A moda segue a estação. Se no Brasil estamos acostumados com guarda-roupas do verão e do inverno, apenas, aqui primavera e outono são bem notados. Agora, os casacos começam a sair das lojas e as pessoas quase ansiosas para vestir o outono. É como se a cidade renascesse a cada estação.
2. O novo e o antigo
O charme da cidade vai além da moda, claro – ainda mais agora no outono, quando as folhas das árvores caem com aquele tom amarelado que dá cara à estação.
Além do clima, a arquitetura mistura perfeitamente o moderno e o antigo. Aqui é possível ver um prédio de 30 anos, próximo a uma igreja mais velha que a descoberta do Brasil sem que isso agrida demais seu senso estético.
Uma pena que edifícios e construções antigas estejam em constante reforma. Mas foi interessante a maneira como fizeram para garantir verba para a manutenção dessas construções em época de crise: foram atrás da iniciativa privada! Qual marca não gostaria de estar associada ao Duomo? Parabéns pra cidade. Um belo exemplo pra São Paulo de como afrouxar a lei “Cidade Limpa” e ajudar a restaurar nosso centro antigo.
3. A Paixão pelo Futebol
É verdade que existem muitas diferenças entre nós e os europeus, mas a gente também encontra as similaridades.
Estava andando pela rua quando me deparei com uns franceses torcedores do Saint-Étienne. Naquele dia eles fariam uma partida contra a Inter de Milão pela primeira fase da Liga Europa – pra quem não conhece, é como se fosse uma Champions League “B”. Pra nós, como a Sul-Americana, uma Libertadores mais fraquinha. Mesmo assim, lá estavam os franceses, invadindo a Duomo e gritando como se fosse final da Copa!
Essa partida, pra lá de sem-vergonha, terminou em 0x0. Mas futebol às vezes da nisso, “até aqui”… Saudades de assistir meus jogos time no estádio!
4. O lado que ninguém quer ver
Nem tudo é beleza na Capital da Moda. Me afastei do Centro, mais próximo às periferias, para ver o belíssimo canal em Navigli. O canal infelizmente está seco por conta do Outono, mas deve ser lindo na primavera / verão. Voltaremos pra conferir.
Resolvi dar uma volta nas proximidades pra sentir mais o pulso da periferia – e se Milão é elegante fora do centro histórico também. Nem tudo é bonito!
Visitei um cortiço próximo as zonas 5 e 6. Com grafites nos muros evocando frases de efeito, inflamados de revolta (com direito a um Che com uma pistola), defendendo a invasão de imóveis antigos e abandonados nas preferias da cidade.
A crise passou longe da Corso Buenos Aires (famosa rua de compras em Milão), mas estacionou aqui por perto…
Arrivederci!
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